Apesar da crise causada pela Covid-19, empreendedores se adaptaram e até encontraram novas oportunidades de negócios

Imagem: dapiki moto / Unsplash

Respondendo por 90% dos negócios globais e sendo responsáveis por cerca de 70% da empregabilidade mundial, os pequenos e médios negócios (PMEs), que geralmente são liderados por empreendedores, estão bastante ameaçados pelos efeitos da pandemia de Covid-19. Ainda que estejam geralmente acostumados a superar adversidades e obstáculos para manter seus negócios funcionando, esses empreendedores têm enfrentado desafios fora de série com a crise atual.

Apesar de terem recorrido com frequência à habilidades características do empreendedorismo, como resiliência, agilidade, adaptabilidade e capacidade de explorar novas oportunidades, os empreendedores têm sofrido. Um relatório global sobre o impacto da Covid-19 no empreendedorismo, que entrevistou mais de 5 mil empreendedores de 23 países, descobriu que a qualidade da saúde mental dos empreendedores caiu 12% durante a pandemia. Além disso, grande parte dos entrevistados (40%) relataram sentir elevados níveis de incerteza e falta de previsibilidade para os seus negócios.

Contando com a colaboração dos pesquisadores Edgard Barki e Marcus Salusse, do Centro de Empreendedorismo e Negócios (FGVcenn) da FGV EAESP, o relatório também mostra que a maioria dos empreendedores (61%) viram a sobrevivência dos seus negócios ameaçada pela significativa redução das atividades comerciais, ainda que uma parte relativamente pequena dos negócios (28%) tenha precisado demitir funcionários.

Diante dos desafios, a agilidade e adaptabilidade dos empreendedores foi importante para que eles rapidamente pudessem fazer as transformações necessárias para o momento de distanciamento social da pandemia. Dentre os empreendedores entrevistados, 68% fizeram ajustes nos seus planos de negócio e quase 40% viram novas oportunidades de negócios durante a pandemia. Segundo os autores do relatório, as oportunidades eram bastante diversas e se relacionavam com temas como a digitalização, saúde e bem estar, troca de foco dos negócios (de global para local), sustentabilidade e novos modelos de negócios.

O relatório também destaca das principais tendências da economia pós-Covid, sugerindo algumas recomendações sobre como as políticas públicas podem apoiar os empreendedores e pequenos negócios a se digitalizarem, ajustarem seus modelos de negócio (com um foco mais local ou inclusivo), desenvolvimento pessoal e resiliência, além de citar cinco dicas práticas para que os empreendedores cuidem do seu bem e saúde mental.

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