Gestão das vacinas na pandemia trouxe novos insights sobre governança e mercado em questões de saúde

cientista com jaleco branco manipula amostras em laboratório

Polina Tankilevitch / Pexels

Durante a pandemia de Covid-19, as vacinas desempenharam um importante papel no controle da emergência de saúde mundial. Ultrapassando as esferas da ciência e da saúde, no entanto, o fenômeno foi atravessado por dimensões políticas e econômicas, que tornaram os processos de produção e distribuição de vacinas um ponto chave na compreensão das complexas relações entre gestão, mercado e problemas de saúde globais.

A reflexão é feita por Elize Massard da Fonseca, pesquisadora da FGV EAESP, em conjunto com demais autores, em texto de abertura para a edição especial de economia política das vacinas da revista “Journal of Health Politics, Policy and Law”. A edição reúne estudos de pesquisadores de diferentes regiões do mundo e sob diferentes aspectos da política envolvida nas vacinas.

Questões que colocam em conflito a autoridade pública e os interesses privados, como a necessidade de investimentos em pesquisa científica, por exemplo, tornam as vacinas um importante estudo de caso para especialistas que investigam aspectos da economia política. A situação indica, por exemplo, que considerar perspectivas políticas e econômicas ao tratar de problemas da área da saúde ajuda os tomadores de decisões a formularem políticas para enfrentar esses desafios de forma mais assertiva, ressaltam os autores.

Os pesquisadores também apontam para uma nova tendência trazida pela pandemia ao campo da economia política. Conhecida como marketcraft, estratégia pela qual ações estatais moldam o mercado com o objetivo de atender a interesses políticos específicos, como o fomento a parcerias com indústrias, traz benefícios à economia em tempos como esses.

Os autores ainda apontam que a economia política deve ser pensada em paralelo a políticas sociais e de saúde: as duas esferas se complementam e, juntas, fornecem maior compreensão ao estudo uma da outra, bem como à gestão de crises como a pandemia de Covid-19.

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