Pessoas que já sofreram com inundações têm maior probabilidade de adquirir um seguro residencial contra desastres naturais

Imagem: Misbahul Aulia / Unsplash

Sabe-se que o comportamento individual e as mudanças climáticas têm ganhado cada vez mais espaço na definição das estratégias das empresas. No entanto, em termos de preparação para as catástrofes naturais, como as inundações, existem ainda poucos questionamentos sobre a propensão individual para a aquisição de seguros, especialmente entre as pessoas com deficiência.

Para abordar este tema, uma pesquisa que avaliou o efeito que informações sobre os seguros poderiam ter sobre a propensão que chefes de família teriam na hora de decidir adquirir um seguro residencial contra desastres naturais, especialmente inundações, revelou que quem já experimentou uma situação de enchente tem maior probabilidade de se interessar por um seguro deste tipo. Pessoas com deficiência também tem maior chance de aceitar uma oferta de seguro contra desastres naturais, na comparação com pessoas sem deficiências.

Foram realizadas 532 entrevistas na cidade de São Paulo durante o mês de agosto de 2018, abordando aleatoriamente voluntários adultos em áreas públicas de circulação e que se declarassem chefes de família. O objetivo era verificar se existiria uma relação de causa e consequência entre a existência de informações adicionais sobre os seguros residenciais contra desastres naturais e a disposição dos entrevistados em adquirir um seguro que oferecesse proteção contra inundações.

Os resultados revelaram que as pessoas com deficiência visual têm cerca de 300% mais chances de adquirir este tipo de seguro do que outras pessoas, mas esse efeito marginal é atenuado quando as pessoas com deficiência têm informações sobre o potencial risco e dano causado pelas cheias.

“Nossos resultados revelaram principalmente que as pessoas que vivem em áreas de risco e que tiveram experiências anteriores com inundações têm maior chance de adquirir esse tipo de seguro, e que pessoas com deficiência visual têm mais probabilidade de adquirirem seguros contra inundações do que pessoas sem deficiência”, ressaltam os autores, dentre os quais está Wesley Mendes-Da-Silva, professor da FGV EAESP.

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