Comércio eletrônico: necessidade de experiências físicas diminui interesse de consumidores brasileiros por compras online

Miniatura de carrinho de compras sobre laptop

Lojistas podem investir em interatividade na experiência de navegação para diminuir resistência ao e-commerce - Imagem: Freepik

O comércio eletrônico representa um mercado vasto e crescente, mas muitos brasileiros ainda rejeitam o serviço. Os motivos que explicam a falta de adesão às compras virtuais variam entre falta de interesse, habilidade e confiança nos serviços virtuais. No entanto, uma barreira específica se destaca entre os usuários: o fato de os clientes não poderem ver, tocar e experimentar fisicamente os produtos. A falta de empenho dos vendedores em atender às demandas e proporcionar uma melhor experiência virtual aos usuários também leva à perda de consumidores em potencial.

O achado está em artigo publicado pelos pesquisadores da FGV EAESP Gabriel Nery-da-Silva, Marcelo Henrique de Araujo e Fernando de Souza Meirelles no periódico “Revista de Gestão (REGE). Para entender os motivos pelos quais alguns consumidores brasileiros optam por não fazer compras online, os pesquisadores basearam-se nas respostas de 9.522 brasileiros ao questionário nacional sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos domicílios brasileiros (TIC Domicílios) de 2018.

Os indivíduos que não fazem uso do e-commerce podem ser classificados em três grupos. O primeiro representa os indivíduos relutantes, que relatam menor interesse, confiança e habilidade com as compras virtuais. Indivíduos que apresentam alto nível de desconfiança, mas que podem se tornar mais seguros ao entender melhor o funcionamento das plataformas, formam o segundo grupo. Por último, estão os duvidosos, que apresentam o maior percentual de preferência por compras presenciais, destacando a importância das interações pessoais em suas transações.

 

Aposta na interatividade para diminuir rejeição ao comércio eletrônico

Apesar dos diferentes perfis, os participantes apresentam um ponto em comum: a necessidade de interagir fisicamente com os produtos que desejam adquirir. A falta de contato físico e sensorial no momento da compra leva os indivíduos a optarem por experiências presenciais. O produto palpável permite avaliações mais precisas para a decisão de compra.

Para atrair os consumidores, os autores sugerem aos vendedores aprimorar a experiência virtual por meio da realidade aumentada, proporcionando uma experiência mais imersiva e interativa. Outra recomendação é incentivar práticas de pesquisa virtual sobre produtos que o consumidor queira adquirir em lojas físicas, ou ainda, a visita em lojas físicas para examinar o produto pessoalmente antes de realizar a compra virtual. O artigo também indica políticas de devolução amigáveis e a promoção da alfabetização digital básica por parte do governo.

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