O modelo de desenvolvimento brasileiro valoriza apenas o crescimento econômico e deixa as questões ambientais em segundo plano. Isto tem reflexo direto na qualidade de vida da população, o que pode ser visto nos índices de saneamento básico: municípios que investem em distribuição de água tratada e no tratamento de esgoto têm melhores resultados sociais, econômicos e ambientais.
Artigo com colaboração de pesquisador Luís Paulo Bresciani da FGV EAESP , selecionou no Ranking do Saneamento 2018 os dez municípios com as melhores classificações e os dez municípios classificados nas últimas posições. Em seguida, os autores analisaram o desempenho desses municípios em índices que representam as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a social, a econômica e a ambiental.
Além do desenvolvimento sustentável: saneamento básico contribui para saúde e economia nos municípios brasileiros
A pesquisa constatou que municípios com bons resultados no saneamento básico também tiveram menor incidência de doenças que são transmitidas através do meio hídrico, medidas por taxa de mortalidade infantil e internações por doenças gastrointestinais. É possível afirmar que bons indicadores sociais e ambientais contribuem diretamente para bom desempenho econômico, pois desafoga os gestores públicos de gastos maiores com educação e saúde, por exemplo.
Por outro lado, a pesquisa também evidencia a desigualdade regional: nove dos dez municípios melhor colocados no Ranking do Saneamento 2018 estão nas regiões Sul e Sudeste, enquanto seis dos piores classificados estão na região Norte. É preciso, portanto, uma política pública de saneamento que olhe principalmente para as regiões ainda desassistidas.