• Sobre o Blog Impacto
  • FGV EAESP
  • FGV EAESP Pesquisa
  • Acontece
    • Notícias
    • Eventos
  • Para alunos
    • Serviços para alunos
    • Comunidade FGV
  • Para candidatos
  • Para empresas
    • Soluções para empresas
    • Clube de parceiros FGV
  • Alumni
  • Contato
Blog Impacto - FGV EAESP Pesquisa
  • Adm. de empresas
  • Adm. pública
  • Notícias
  • Colunas
    • Blog Impacto
    • Blog Gestão e Negócios
  • Vídeos
  • Podcast
Nenhum resultado
Ver todos os recultados
Blog Impacto - FGV EAESP Pesquisa
Home Blog Gestão e Negócios

Tecnologia e Mente: Qual o Limite da Gestão?

19 de agosto de 2025
Tecnologia e Mente: Qual o Limite da Gestão?

Eliza Albuquerque, Aluna do Doutorado Profissional em Administração na FGV EAESP, especialista em Neurociência Organizacional e Executiva de Recursos Humanos.

Os avanços tecnológicos vêm transformando de forma acelerada o mundo do trabalho. O que antes se limitava à automação de tarefas e digitalização de processos agora alcança uma nova camada: a compreensão do próprio comportamento humano. Nesse cenário, a neurociência organizacional ganha força, oferecendo recursos para aprofundar o entendimento sobre liderança, tomada de decisão, estresse e engajamento nas empresas.

Conteúdorelacionado

#PodcastImpacto: Agentes prisionais e emoções no trabalho

Geopolítica e Estratégia: o Novo Imperativo da Alta Liderança

Normas IFRS de Sustentabilidade, um Novo Paradigma ou Mais um Checklist?

No campo científico, esses avanços representam um salto significativo. Tecnologias como o eletroencefalograma (EEG), a ressonância magnética funcional (fMRI) e biossensores vestíveis permitem mapear, em tempo real, estados mentais e emocionais. A partir desses dados, pesquisadores conseguem identificar padrões invisíveis à observação direta ou aos questionários tradicionais, refinando o entendimento sobre como indivíduos e equipes reagem diante dos desafios cotidianos.

O ponto de inflexão, no entanto, ocorre quando essas tecnologias deixam os laboratórios e passam a ser incorporadas à rotina das organizações. Smartwatches e pulseiras fitness que captam sinais fisiológicos, conectados a plataformas analíticas com algoritmos de interpretação emocional, estão sendo usados para medir estresse, atenção e engajamento em reuniões, treinamentos e interações do dia a dia. A promessa é sedutora: ambientes mais produtivos, decisões mais bem embasadas e profissionais mais equilibrados.

Mais do que uma tendência, essa nova fronteira tecnológica parece oferecer oportunidades reais para tornar os ambientes corporativos mais justos, saudáveis e emocionalmente inteligentes. Ao iluminar aspectos antes ocultos da experiência humana no trabalho, a neurociência aplicada pode ampliar o autoconhecimento, qualificar a tomada de decisão e inspirar práticas que conciliem desempenho com bem-estar.

Na prática, porém, a história é mais complexa.

Monitorar emoções, fadiga e níveis de concentração com base em dados fisiológicos pode soar inovador, mas levanta dilemas sensíveis. Afinal, o que se faz com esses dados? Quem os interpreta? O profissional tem liberdade real para recusar esse tipo de monitoramento sem sofrer consequências?

Há riscos concretos de que métricas cerebrais passem a orientar decisões sobre promoções, demissões ou alocação de tarefas. Além disso, a subjetividade e a profundidade inconsciente desses dados tornam sua interpretação um terreno instável — propenso a vieses, distorções e usos inadequados. A linha entre cuidado e controle tornar-se perigosamente tênue.

A privacidade mental é um direito fundamental — e deve ser tratada como tal. Pensamentos, emoções e estados internos pertencem a um território inalienável da experiência humana, base da nossa autonomia, dignidade e liberdade. Permitir o acesso a esse nível de informação vai muito além de aceitar termos de uso ou assinar formulários de consentimento. No contexto corporativo, onde relações de poder nem sempre são simétricas, o risco de que dados mentais sejam convertidos em ferramentas de controle é real e crescente.  Em vez de promover o bem-estar, sua má utilização pode aprofundar desigualdades, reforçar vieses e reduzir indivíduos a métricas cognitivas manipuláveis. Por isso, essa discussão precisa ser pautada com ainda mais rigor ético do que aquele aplicado à proteção de qualquer outro dado sensível — pois estamos falando do que há de mais íntimo e vulnerável no ser humano.

Diante desse cenário, é urgente que as empresas reflitam não apenas se devem adotar tais tecnologias, mas por que e como fazê-lo. Para quais finalidades? Quem terá acesso aos dados? Haverá profissionais capacitados para interpretá-los corretamente? Que mecanismos garantirão o consentimento genuíno e a liberdade dos trabalhadores?

A neurociência pode, sim, contribuir para ambientes de trabalho mais humanos. Mas isso só acontecerá se for usada com responsabilidade, transparência e limites bem definidos. O fascínio pela inovação não pode obscurecer valores essenciais como a autonomia, a dignidade e a privacidade. A mente humana não é território neutro — e não deve ser tratada como mais um dado a ser minerado.

Texto originalmente publicado no blog Gestão e Negócios do Estadão, uma parceria entre a FGV EAESP e o Estadão, reproduzido na íntegra com autorização.

Os artigos publicados na coluna Blog Gestão e Negócios refletem exclusivamente a opinião de seus autores, não representando, necessariamente, a visão da Fundação Getulio Vargas ou do jornal Estadão

CompartilharTweetarCompartilharEnviar

Conteúdo relacionado

#PodcastImpacto: Agentes prisionais e emoções no trabalho
Podcast

#PodcastImpacto: Agentes prisionais e emoções no trabalho

18 de agosto de 2025
Geopolítica e Estratégia: o Novo Imperativo da Alta Liderança
Blog Gestão e Negócios

Geopolítica e Estratégia: o Novo Imperativo da Alta Liderança

18 de agosto de 2025
Normas IFRS de Sustentabilidade, um Novo Paradigma ou Mais um Checklist?
Blog Gestão e Negócios

Normas IFRS de Sustentabilidade, um Novo Paradigma ou Mais um Checklist?

16 de agosto de 2025

Conteúdo recente

Tecnologia e Mente: Qual o Limite da Gestão?

Tecnologia e Mente: Qual o Limite da Gestão?

19 de agosto de 2025
#PodcastImpacto: Agentes prisionais e emoções no trabalho

#PodcastImpacto: Agentes prisionais e emoções no trabalho

18 de agosto de 2025
Geopolítica e Estratégia: o Novo Imperativo da Alta Liderança

Geopolítica e Estratégia: o Novo Imperativo da Alta Liderança

18 de agosto de 2025

Mais lidos

Redução da jornada de trabalho?

Redução da jornada de trabalho?

10 de abril de 2025
Estudo da FGV propõe impostos sobre o tabaco para financiar prevenção ao câncer de pulmão

Consumo e varejo desaceleram no Brasil: projeções da FGV para 2025 e 2026

31 de julho de 2025
Professora Gabriela Lotta conquista três prêmios por pesquisas em Administração Pública

Professora Gabriela Lotta conquista três prêmios por pesquisas em Administração Pública

8 de agosto de 2025
Brasil tem mais dispositivos digitais do que habitantes e engatinha no uso da IA

Brasil tem mais dispositivos digitais do que habitantes e engatinha no uso da IA

14 de julho de 2025
Vacinar contra Chikungunya pode reduzir custos de saúde e afastamentos do trabalho

Mais concorrência, passagens mais baratas: estudo mostra como redistribuir slots pode beneficiar passageiros

28 de julho de 2025
Estudo da FGV propõe impostos sobre o tabaco para financiar prevenção ao câncer de pulmão

Estudo da FGV propõe impostos sobre o tabaco para financiar prevenção ao câncer de pulmão

30 de julho de 2025

Tags

administração de empresas administração pública bem estar coronavírus covid-19 diversidade educação empreendedorismo empresas ESG Estratégia FGVcemif FGV EAESP finanças gestão gestão de saúde gestão pública gênero inovação Inteligência Artificial liderança marketing mudanças climáticas mulheres negócios Notícias internas ODS3 ODS 3 ODS 8 ODS 9 ODS 16 organizações pandemia política pública políticas públicas saúde saúde de qualidade saúde pública supply chain SUS sustentabilidade tecnologia trabalho transformação digital transparência
#podcast Impacto: A relação entre autonomia e desempenho de Defensorias Públicas na América Latina

Podcast Impacto

28 Episode
Subscribe
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: Agentes prisionais e emoções no trabalho

18 de agosto de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: Eficiência e acesso em saúde: o que podemos aprender com sistemas universais em países em desenvolvimento?

11 de julho de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: Como a gestão municipal pode reduzir desigualdades educacionais?

12 de junho de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto – Feminist Foreign Policy: liderança feminina e cultura política internacional

10 de abril de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: Intraempreendedorismo no setor público: inovação e inclusão social

13 de março de 2025
Disseminação do conhecimento
Catálogo dos Centros de Estudos

As manifestações expressas por integrantes dos quadros da Fundação Getulio Vargas, nas quais constem a sua identificação como tais, em artigos e entrevistas publicados nos meios de comunicação em geral, representam exclusivamente as opiniões dos seus autores e não, necessariamente, a posição institucional da FGV. Portaria FGV Nº19

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

Nenhum resultado
Ver todos os recultados
  • Adm. de empresas
  • Adm. pública
  • Notícias
  • Colunas
    • Blog Impacto
    • Blog Gestão e Negócios
  • Vídeos
  • Podcast

-
00:00
00:00

Queue

Update Required Flash plugin
-
00:00
00:00