Compreender a percepção de risco dos empreendedores diante das oportunidades é essencial para entender de que forma esses profissionais tomam decisões de negócios. No contexto brasileiro, os gestores demonstram uma percepção de risco mais baixa – ou seja, tendem a minimizar os riscos – ao avaliar um potencial empreendimento. A análise está em artigo publicado na revista “Brazilian Business Review” pelos pesquisadores da FGV EAESP Rubens Massa, Tales Andreassi e Raul Partyka em colaboração com Jeferson Lana, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).
Para entender como os empreendedores de mercados emergentes avaliam as oportunidades de gestão, o grupo entrevistou 124 micro e pequenos empresários brasileiros que participam do programa “Business to Business” do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Brasil tem fatores específicos que influenciam a tomada de decisão por empreendedores
Além de mostrar que os empresários apostam em negócios a partir de sua baixa percepção de risco, o estudo aponta que, em economias emergentes, podem existir mais variáveis que influenciam as decisões de investimento.
No mercado brasileiro, por exemplo, diante da falta de oportunidades profissionais formais, é comum a prevalência do empreendedorismo de necessidade. Essa modalidade tem com características como baixa qualificação e formação técnica dos gestores. Isso pode afetar de forma diferencial os vieses que influenciam os profissionais, impactando na percepção de risco dos empreendedores e na avaliação das oportunidades. Mais estudos são necessários para entender os aspectos que influenciam as decisões de negócios desses profissionais, sublinham os autores.
O estudo aponta estratégias de gestão que podem contribuir para uma avaliação mais assertiva dos negócios em situações de recursos escassos, como ocorre com frequência no Brasil. É o caso de abordagens centradas na experimentação, que podem oferecer mais benefícios do que planejamentos tradicionais de negócios, por exemplo. Outra ideia é o treinamento para gestão, em que empresas podem orientar os gestores em relação a uma melhor visão de mercado, com percepções mais acuradas sobre riscos e o processo de tomada de decisões.
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