• Sobre o Blog Impacto
  • FGV EAESP
  • FGV EAESP Pesquisa
  • Acontece
    • Notícias
    • Eventos
  • Para alunos
    • Serviços para alunos
    • Comunidade FGV
  • Para candidatos
  • Para empresas
    • Soluções para empresas
    • Clube de parceiros FGV
  • Alumni
  • Contato
Blog Impacto - FGV EAESP Pesquisa
  • Adm. de empresas
  • Adm. pública
  • Notícias
  • Colunas
    • Blog Impacto
    • Blog Gestão e Negócios
  • Vídeos
  • Podcast
Nenhum resultado
Ver todos os recultados
Blog Impacto - FGV EAESP Pesquisa
Home Blog Impacto

Moedas Verdes e Solares no Brasil: Inovações Financeiras para Justiça Ambiental e Inclusão Energética

24 de junho de 2025
Moedas Verdes e Solares no Brasil: Inovações Financeiras para Justiça Ambiental e Inclusão Energética

Por: Eduardo H. Diniz e  Manuela Lorenzo

Diante das crises ambientais, sociais e energéticas que marcam o século XXI, surgem no Brasil iniciativas inovadoras que combinam inclusão financeira, desenvolvimento local e sustentabilidade. Entre essas, destacam-se as moedas verdes e moedas solares — sistemas de troca comunitária que vinculam práticas ecológicas a incentivos econômicos. Essas moedas, apoiadas por bancos comunitários de desenvolvimento (BCDs) e redes de economia solidária apoiadas por governos locais, representam uma nova fronteira na criação de instrumentos financeiros orientados por valores sociais e ambientais.

Conteúdorelacionado

Fundo Global de Minerais: proposta da ONU e cientistas para garantir a transição verde com justiça e cooperação internacional

Da Sala Fechada ao Diálogo Aberto: Nova Função da Estratégia

#Podcast Insights: Seus clientes estão mesmo no centro das atenções?

As moedas comunitárias têm trajetória consolidada no Brasil desde o final dos anos 1990, com o pioneirismo da moeda social Palmas, em Fortaleza (CE). Atualmente, mais de 180 moedas operam em diversas localidades, em nível comunitário ou municipal. A digitalização dessas moedas locais facilitou sua adoção via aplicativos e cartões, garantindo maior transparência e eficiência nas transações.

Dentro dessa trajetória, as moedas verdes surgem como uma evolução natural, articulando política ambiental e economia local. Essas moedas recompensam práticas como reciclagem de materiais ou manejo de resíduos orgânicos, permitindo que moradores troquem seus esforços ecológicos por crédito utilizável no comércio local. Municípios como Igarapé-Açu (PA) e Santiago (RS) exemplificam esse modelo processando centenas de toneladas de resíduos por ano, gerando renda, reduzindo impactos ambientais, e promovendo a educação ambiental.

Mais recentemente, o conceito evoluiu para as moedas solares ou fotovoltaicas, que convertem energia solar em valor monetário. Trata-se de uma resposta concreta à pobreza energética e à necessidade de transição para matrizes limpas e descentralizadas. O Brasil, com sua alta incidência solar e grandes desigualdades regionais, é um território especialmente fértil para esse tipo de inovação.

O projeto Palma Solar, lançado em 2025 pelo Banco Palmas, é um marco nesse campo. Famílias da periferia de Fortaleza passaram a adquirir até 150 kWh mensais de energia solar por preços reduzidos. Metade do valor pago retorna aos consumidores na forma de Palma Solar — moeda digital aceita no comércio local. Parte do excedente da produção energética é reinvestido na expansão da usina solar, criando um ciclo virtuoso entre acesso à energia, dinamização econômica e sustentabilidade ambiental. Atualmente, o projeto está em fase inicial, mas já se articula com universidades e comunidades para ser replicado em outras localidades.

Essas experiências atribuem valor efetivo a comportamentos ecologicamente responsáveis, como iniciativas em Curitiba que desde início dos anos 1990 trocam recicláveis por alimentos. A incorporação da energia solar a esse modelo resulta de avanços tecnológicos (como a queda no custo dos painéis fotovoltaicos), mobilizações comunitárias e apoio institucional crescente. Em 2024, 96 prefeitos eleitos no Brasil propuseram em seus programas de governo implementar moedas municipais, sendo 38 com foco ambiental[1].

Além dos benefícios econômicos e ambientais, essas moedas fortalecem o capital social e a mobilização comunitária. A participação dos moradores — seja separando resíduos, monitorando consumo energético ou utilizando moedas digitais — promove senso de pertencimento, aprendizado coletivo e práticas de governança local participativas.

Contudo, a escalabilidade desses modelos depende de fatores como investimento inicial, capacitação técnica, infraestrutura tecnológica e arcabouço legal apropriado. A ausência de métricas padronizadas também dificulta a avaliação do impacto dessas iniciativas. Além disso, em regiões remotas, essa implantação encontra obstáculos logísticos e institucionais.

Ainda assim, as oportunidades superam os obstáculos. Acesso a tecnologias digitais, apoio de universidades e organizações da sociedade civil, e emergência de políticas públicas mais sensíveis à questão climática oferecem uma base promissora. Internacionalmente, casos de moedas verdes – na Europa (ex.: Pago em Lixo), Asia (ex.: Green$), EUA (ex.: Cash for Trash) – e moedas solares – na Europa (ex.: VillaWatt), EUA (ex.: Brooklyn Microgrid) e África (ex.: ECOWAS) mostram que o Brasil está alinhado com uma tendência global de experimentação financeira ecológica.

As moedas verdes e solares demonstram que é possível reinventar o dinheiro como ferramenta de transformação social e ecológica. Mais do que meios de pagamento, elas são infraestruturas cidadãs que redefinem o valor econômico a partir de práticas coletivas voltadas ao bem comum. Ao unir justiça ambiental, inovação social e economia solidária, essas moedas apontam para futuros energéticos mais justos, sustentáveis e enraizados nos territórios.

[1] Moedas municipais, transferência de renda e economia solidária nas propostas dos prefeitos eleitos em 2024 – https://eaesp.fgv.br/producao-intelectual/moedas-municipais-transferencia-renda-e-economia-solidaria-propostas-prefeitos

* Os artigos publicados na seção Coluna do Blog Impacto refletem exclusivamente a opinião de seus autores, não representando, necessariamente, a visão da instituição.

 

CompartilharTweetarCompartilharEnviar

Conteúdo relacionado

Mais dados nem sempre significam menos risco
Administração pública

Fundo Global de Minerais: proposta da ONU e cientistas para garantir a transição verde com justiça e cooperação internacional

17 de julho de 2025
Da Sala Fechada ao Diálogo Aberto: Nova Função da Estratégia
Blog Gestão e Negócios

Da Sala Fechada ao Diálogo Aberto: Nova Função da Estratégia

15 de julho de 2025
#Podcast Insights: Seus clientes estão mesmo no centro das atenções?
Podcast

#Podcast Insights: Seus clientes estão mesmo no centro das atenções?

15 de julho de 2025

Conteúdo recente

Mais dados nem sempre significam menos risco

Fundo Global de Minerais: proposta da ONU e cientistas para garantir a transição verde com justiça e cooperação internacional

17 de julho de 2025
Da Sala Fechada ao Diálogo Aberto: Nova Função da Estratégia

Da Sala Fechada ao Diálogo Aberto: Nova Função da Estratégia

15 de julho de 2025
#Podcast Insights: Seus clientes estão mesmo no centro das atenções?

#Podcast Insights: Seus clientes estão mesmo no centro das atenções?

15 de julho de 2025

Mais lidos

Moedas Verdes e Solares no Brasil: Inovações Financeiras para Justiça Ambiental e Inclusão Energética

Moedas Verdes e Solares no Brasil: Inovações Financeiras para Justiça Ambiental e Inclusão Energética

24 de junho de 2025
Redução da jornada de trabalho?

Redução da jornada de trabalho?

10 de abril de 2025
Como a Indústria 4.0 Está Revolucionando a Rastreabilidade de Alimentos

Como a Indústria 4.0 Está Revolucionando a Rastreabilidade de Alimentos

1 de julho de 2025
O que não te contaram sobre o carro elétrico: um olhar sobre a produção

O Dilema Verde: o que descobri sobre carros elétricos após um ano pesquisando sua produção

8 de julho de 2025
#PodcastImpacto: Como a gestão municipal pode reduzir desigualdades educacionais?

#PodcastImpacto: Como a gestão municipal pode reduzir desigualdades educacionais?

12 de junho de 2025
Fundos Endowment no Brasil: Oportunidade de Sustentabilidade Financeira ou Modelo Ainda em Construção?

Fundos Endowment no Brasil: Oportunidade de Sustentabilidade Financeira ou Modelo Ainda em Construção?

9 de julho de 2025

Tags

administração de empresas administração pública bem estar coronavírus covid-19 diversidade educação empreendedorismo empresas ESG Estratégia FGVcemif FGV EAESP finanças gestão gestão de saúde gestão pública gênero inovação Inteligência Artificial liderança marketing mudanças climáticas mulheres negócios Notícias internas ODS3 ODS 3 ODS 8 ODS 9 ODS 16 organizações pandemia política pública políticas públicas saúde saúde de qualidade saúde pública supply chain SUS sustentabilidade tecnologia trabalho transformação digital transparência
#podcast Impacto: A relação entre autonomia e desempenho de Defensorias Públicas na América Latina

Podcast Impacto

27 Episode
Subscribe
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: Eficiência e acesso em saúde: o que podemos aprender com sistemas universais em países em desenvolvimento?

11 de julho de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: Como a gestão municipal pode reduzir desigualdades educacionais?

12 de junho de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto – Feminist Foreign Policy: liderança feminina e cultura política internacional

10 de abril de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: Intraempreendedorismo no setor público: inovação e inclusão social

13 de março de 2025
  • Add to Queue
  • Share
    Facebook Twitter Linked In WhatsApp

#PodcastImpacto: O fenômeno do encolhimento de cidades no Brasil

10 de fevereiro de 2025
Disseminação do conhecimento
Catálogo dos Centros de Estudos

As manifestações expressas por integrantes dos quadros da Fundação Getulio Vargas, nas quais constem a sua identificação como tais, em artigos e entrevistas publicados nos meios de comunicação em geral, representam exclusivamente as opiniões dos seus autores e não, necessariamente, a posição institucional da FGV. Portaria FGV Nº19

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

Nenhum resultado
Ver todos os recultados
  • Adm. de empresas
  • Adm. pública
  • Notícias
  • Colunas
    • Blog Impacto
    • Blog Gestão e Negócios
  • Vídeos
  • Podcast

-
00:00
00:00

Queue

Update Required Flash plugin
-
00:00
00:00