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O Brasil do após-guerra e a EAESP

31 de janeiro de 2025
O Brasil do após-guerra e a EAESP

Luiz Carlos Bresser-Pereira

*Intervenção no seminário “O Brasil de 1954 e o Brasil de hoje’, celebrando os 70 anos da Escola de Administração de Empresas de São Paulo. São Paulo, 9 de novembro de 2024

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O Brasil, em 1954, ainda estava na era Vargas, que começara com a Revolução de 1930 e seria marcada pela sua transformação de um país agrário e com uma diminuta classe média em um país industrial que realizava aceleradamente sua revolução nacional. O Brasil se transformara em um país moderno onde havia surgido uma grande classe de empresários, uma classe média atuante e uma população que, depois da transição democrática de 1985 e da implantação do sufrágio universal que garantia o direito de voto aos analfabetos, se tornara uma população de cidadãos.

Nos anos 1950, sob orientação da assessoria especial do presidente dirigida por Rômulo de Almeida, foram criados o BNDES, a Petrobrás, a Hidrelétrica do São Francisco, e a Cacex, que seriam fundamentais para o desenvolvimento brasileiro que se seguiria. Foi nesse quadro econômico e político que a EAESP foi fundada em outubro de 1954, dez anos depois que Getulio Vargas e Luiz Simões Lopes criaram a Fundação Getulio Vargas.

Ela foi criada para dar apoio e continuidade à Reforma Burocrática de 1937, quando o Brasil começa a construir uma burocracia pública profissional ou weberiana. A criação da EAESP era o resultado do reconhecimento pela Fundação, pelo governo do Estado, pelo seu empresariado, e pelo governo dos Estados Unidos da América do grande desenvolvimento industrial que ocorrera em São Paulo e da necessidade de formar administradores de empresas para darem apoio aos empresários industriais e, mais tarde, assumirem o comando das empresas.

Em 1958, com 24 anos, eu já tomara a decisão de me dedicar ao desenvolvimento econômico, embora houvesse me formado em Direito no ano anterior. Vi então, no anúncio do concurso para futuros professores da EAESP, a oportunidade de realizar minha vocação. Aproveitei essa oportunidade plenamente, tendo encontrado na Fundação um ambiente de liberdade acadêmica e ampla variedade de opiniões, que foram essenciais para a minha formação.

A sociedade brasileira estava, portanto, em transição; era uma sociedade na qual eu percebia que as fases do desenvolvimento capitalista se sobrepunham. Em ensaio que escrevi em 1959, disse que dentro de uma mesma comunidade, dentro da mesma organização, ao mesmo tempo e no mesmo espaço, estão presentes vestígios de um sistema semifeudal, pré-industrial, bem como características particulares do capitalismo manchesteriano, um capitalismo em agudo conflito com o capitalismo moderno, que surgiu no século XX após a segunda Revolução Industrial.

Hoje, a sociedade brasileira não é mais híbrida; é uma sociedade plenamente capitalista – capitalista subdesenvolvida, na qual existe ainda uma imensa pobreza, mas não se pode mais falar que seja uma sociedade dualista. A sociedade tradicional já desapareceu.

Os anos 1960

Permitam-me entrar um pouco nos anos 1960. Enquanto o mundo rico estava em pleno desenvolvimento, o Brasil estava em crise, que fora causada pelo excesso de gastos com a construção de Brasília. Temos então a renúncia de Jânio Quadros, o golpismo dos liberais e dos militares contra João Goulart e, finalmente, o golpe militar de 1964. Mas era uma crise muito curiosa que não impedia que a sociedade brasileira se movimentasse e se mantivesse cheia de vigor até dezembro de 1968.

A movimentação cultural e política também foi forte nos anos 1950 e mais ainda nos anos 1960. Esta foi uma época de grandes esperanças – da aposta na independência nacional e no desenvolvimento econômico. Os anos 1950 foram o tempo da CEPAL (a Comissão Econômica para a América Latina das Nações Unidas) e da Teoria Desenvolvimentista Clássica de Raúl Prebisch e Celso Furtado que viram a Revolução de 1930 como o início da Revolução Nacional Brasileira e legitimaram a figura de Getulio Vargas. Foi então que apostei minhas fichas no desenvolvimento brasileiro e defini como objetivo ser um sociólogo ou economista do desenvolvimento, tomando como referência Celso Furtado, Ignácio Rangel, Hélio Jaguaribe e Guerreiro Ramos.

Mestrado Profissional

Nos anos 1960 eu ajudei a criar, e coordenei por dez anos, o CPG – o Curso de Pós-Graduação em Administração de Empresas – um curso extremamente bem-sucedido. Em 1965 nós o transformamos em um Mestrado em Administração de Empresas. Um mestrado profissional como são todos os MBAs nos Estados Unidos e no resto do mundo. Foi o primeiro mestrado criado no Brasil no quadro das ciências sociais e econômicas.

Em 1970, porém, a EAESP, que se caracterizava pelo rompimento dos padrões de ensino universitário vigentes no Brasil, deu um passo para trás. Nesse ano, a CAPES passou a coordenar os cursos de pós-graduação que estavam surgindo, e, a partir de uma política que pode fazer sentido para as ciências exatas, mas é absurda para a administração de empresas e a administração pública, passou a não reconhecer os mestrados profissionais. Foi um grande erro da CAPES ao qual a EAESP se submeteu sem crítica. Em 1972, acabou com o CPG-Mestrado e criou o mestrado e doutorado acadêmico. Só muitos anos depois, a CAPES passou a admitir os mestrados profissionais, mas até hoje a EAESP não tem um mestrado profissional semelhante aos MBAs que hoje existem em todo o mundo rico.

Em 1970, eu ajudei a criar o Departamento de Economia da EAESP, e nos anos seguintes desenvolvemos um mestrado e doutorado em economia muito diferente daquele que existia na EPGE, no Rio de Janeiro. Construímos um programa relativamente heterodoxo que seguia um princípio básico: a microeconomia era neoclássica, a macroeconomia, keynesiana, e a teoria do desenvolvimento e a economia brasileira, desenvolvimentistas. Com essa política, a EAESP rejeitava a ortodoxia neoclássica, absurdamente abstrata, e oferecia para seus alunos uma perspectiva da economia mais realista – mais adequada para nossos alunos que iriam ser os gestores de grandes empresas.

Os desafios da formação das classes dominantes

Era assim a EAESP nos seus primeiros anos. Uma escola maravilhosa. Que enfrentou e enfrenta muitos desafios, mas sempre encontra uma boa solução para eles. Eu termino esta breve intervenção com a frase com a qual terminei meu ensaio de 1980, “A formação contraditória das classes dominantes”, em que descrevi o processo em que membros da elite aprendem tanto as ideologias dominantes (capitalista e tecnoburocrática) quanto críticas progressistas a essas ideologias, resultando em um preparo que não apenas sustenta o sistema vigente, mas também os torna mais aptos a defender seus interesses de classe ao incorporar e neutralizar as críticas.

“A história da GV de São Paulo tem sido a tentativa de responder a esses desafios em liberdade. Ela é o produto do desenvolvimento vertiginoso e desigual do Brasil, ela reflete as contradições do subdesenvolvimento industrializado, ela forma as classes dominantes deste país, deixando-lhes às vezes um sentimento de culpa ao mesmo tempo que lhes fornece os instrumentos para uma intervenção efetiva sobre o mundo que nos cerca”.

O desenvolvimento vertiginoso do Brasil acabou há muito tempo, mas a EAESP, seus professores e alunos, estão sempre na luta por um Brasil melhor.

* Os artigos publicados na seção Coluna do Blog Impacto refletem exclusivamente a opinião de seus autores, não representando, necessariamente, a visão da instituição.

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