Investigando as condições de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no contexto amazônico, uma pesquisa realizada por estudantes de graduação e de pós-graduação da FGV EAESP revela que grande parte desses profissionais (70%), que atuam na linha de frente do combate à Covid-19 na região, sentiram que as mudanças causadas pela pandemia afetaram a saúde mental desses trabalhadores. Em entrevista ao podcast Impacto (ouça abaixo), a pesquisadora Luiza Monzoni destaca que o medo, a tristeza, a ansiedade e a sensação de falta de preparo para lidar com a situação foram alguns dos sentimentos mais relatados.
Os pesquisadores relatam também que ao analisar os resultados do survey aplicado com as ACS (que são em sua maioria mulheres), 88% relataram não ter recebido material para testagem da Covid-19 e 40% disseram não ter recebido treinamento específico, o que pode afetar a percepção pessoal de preparo para lidar com a crise da Covid-19 na região.
A análise dos dados da pesquisa também mostrou que apesar de 35% das entrevistadas não possuírem acesso à internet para fins de trabalho, a maior parte (53%) declarou se sentir segura para usar ferramentas tecnológicas para o tratamento da Covid-19. Questionadas sobre os principais desafios na sua atuação, as ACS declararam que o tempo de deslocamento e transporte até as famílias assistidas na região são a principal dificuldade dos seus cotidianos.
Dentre as conclusões, uma das pesquisadoras ressalta no podcast que o mapeamento dos desafios e das potencialidades da atuação dos Agentes Comunitários de Saúde no Amazonas reforça a necessidade de trabalhar em estratégias específicas para o contexto amazônico.
Ouça o relato da pesquisadora Luiza Monzoni no podcast abaixo ou confira o estudo na íntegra.