O FGV in Company, em parceria com a GV-executivo, realizou o evento “Ética, Compliance e Agenda Global”. O encontro foi moderado por Adriana Wilner, editora adjunta da GV-executivo e contou com especialistas que abordaram temas emergentes para as empresas, como os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), ESG e Agenda 2030.
Gabriela Rozman, gerente do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), falou sobre o surgimento e a importância do Pacto Global, lembrando que o Brasil tem a segunda maior rede com 1700 membros. O Pacto tem o objetivo de impulsionar empresas para contribuírem com o desenvolvimento sustentável e, desde 2015, comprometerem-se com a Agenda 2030 da ONU, construída em conjunto com governos, sociedade civil e diversos movimentos sustentáveis.
Dentre outros pontos, Ligia Maura Costa, professora titular da FGV EAESP e coordenadora do Centro de Estudos em Ética, Transparência, Integridade e Compliance (FGVethics), lembrou que o ODS 16 (número 5) trata do combate à corrupção e suborno em todas as suas formas, impacta em todos os outros Objetivos. Ligia destacou também que muitas pesquisas comprovam que quando uma empresa é íntegra, a longo prazo aumenta seu lucro de forma sustentável. Por outro lado, empresas envolvidas em esquemas de corrupção, embora vendam mais no início, são insustentáveis a longo prazo, pois perdem dinheiro para manter pagamentos de propinas, além das outras implicações fiscais e jurídicas.
Professora titular da FGV EAESP e coordenadora do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (FGV NEOP), Maria José Tonelli falou sobre o ODS 5, que aborda a questão da igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas e chamou a atenção, dentre outros pontos, para os dados de 2021 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que revelam números alarmantes de feminicídio e estupro da população feminina, uma realidade ainda pior para as mulheres negras. Maria José destacou também que a igualdade de gênero tem várias intersecções, dentre elas as questões econômicas, de classe social, de idade e participação na política.
Para Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho, professor da FGV EAESP e diretor de Relações Internacionais da Academia Brasileira de Direito do Trabalho, a agenda 2030 trouxe para as empresas e organizações uma nova realidade, revelando outros valores além daqueles mostrados pelos números e balanços de faturamento. Jorge destacou que, se antes uma empresa era medida pelo número de filiais ou de empregados que possuía, hoje ela é medida pelo valor da sua marca e, cada vez mais, a marca é impactada por outros valores, não somente os aferíveis em balanços. Nesse ponto, segundo o professor, a pauta ESG e Agenda 2030 impulsiona as empresas a mudarem as suas estratégias.
O evento foi transmitido ao vivo e o vídeo pode ser assistido aqui.
Acesse também a edição especial da GV-executivo que traz artigos sobre o tema.