Ao detectar o crescimento dos investimentos em produtos estruturados no Brasil, em especial o Certificado de Operações Estruturadas (COE), Alan de Genaro, pesquisador da FGV EAESP, se debruçou sobre dados históricos para avaliar se esse produto era de fato uma alternativa a produtos de captação bancária tradicional para o investidor de varejo.
Por meio de uma base de dados com todos os COE liquidados entre os anos 2016 e 2019, o pesquisador verificou que apesar dos COE terem sido um dos principais canais utilizados pelos investidores de varejo nos últimos anos, eles não podem ser vistos como substitutos dos investimentos via Tesouro Direto ou por meio dos instrumentos de captação bancária tradicional, os Certificados de Depósito Bancário (CDB).
Isso porque além de ser um produto estruturado com opcionalidades embutidas, que nem sempre são conhecidas pelos investidores de varejo, existe também um conflito de interesse na atividade de intermediação, o que pode fazer com que as instituições que realizam a distribuição desse produto não tenham o incentivo adequado para informar o investidor sobre as vantagens e os riscos dos produtos.
“A combinação desses dois fatores pode resultar em um cenário no qual o investidor de varejo acaba adquirindo um produto que não oferece um resultado que supere aquele que seria obtido caso este tivesse investido no tesouro direto ou em um CDB”, alerta Alan de Genaro.
O autor conclui que os COEs são melhores produtos quando o investidor tem à sua disposição produtos similares para comparar, quando escolhe produtos mais simples, com prazo curto, e que tenha a modalidade de capital garantido e condição de resgate antecipado.
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