Tradicionalmente associado a demandas por qualidade e status social superiores, o consumo de luxo deverá passar por transformações importantes nas próximas décadas.
Após uma série de mudanças sociais, os impactos ambientais gerados pelas empresas tornaram-se fatores decisivos nas decisões de compra, especialmente nas dimensões de relacionamento direto com os clientes (o B2C), que têm pressionado as empresas a incorporar tendências mais sustentáveis.
No entanto, enquanto trabalham para adaptar seus modelos de negócio, algumas marcas de luxo seguem com uma série de práticas não sustentáveis em seu dia a dia. Entre as mais polêmicas está a queima de produtos não vendidos como forma de preservar o valor da marca.
Além de atrair a atenção indesejada da mídia, essa destruição de produtos totalmente funcionais frequentemente desencadeia reações duras de ambientalistas, bem como de consumidores mais sensíveis a essas questões.
Para isso, os pesquisadores avaliaram o impacto da prática de queima de estoques na percepção dos consumidores, chegando a resultados que indicam a necessidade das marcas de luxo incorporarem ainda mais as demandas ambientais para atender a consumidores cada vez mais exigentes com a consciência ecológica.
“A perspectiva de demandas crescentes por responsabilidade ambiental, aliada à percepção de que qualquer falha nesse quesito representa um risco para os ativos de reputação das empresas de luxo, torna urgente a investigação da queima de estoque em relação à percepção dos stakeholders“, observam os autores do estudo, dentre eles Ely Laureano Paiva da FGV EAESP.