Aprendizado, reconhecimento e oportunidades profissionais são alguns dos principais objetivos de acadêmicos envolvidos em atividades internacionais. Pesquisa de Marcello Romani-Dias, Angela Maria Scroccaro Biasoli, Aline dos Santos Barbosa e Jorge Carneiro, este professor da FGV EAESP, avalia as motivações de docentes que aproveitam oportunidades de internacionalização da pesquisa através das instituições de ensino superior em que lecionam.
O estudo é baseado em 39 entrevistas com acadêmicos de escolas de negócios dos Estados Unidos e do Brasil. A análise dos dados ocorre a partir da proposta da Teoria da Troca Social, que diz respeito às interações entre as partes em um cenário de negociações. Segundo esta teoria, os indivíduos baseiam suas decisões em recompensas individuais facilmente mensuráveis e seguem escolhas racionais ao equilibrar custos e benefícios. No entanto, os pesquisadores identificam oportunidades de expansão das contribuições dessa teoria em alguns aspectos.
Acadêmicos que se envolvem com atividades de internacionalização podem buscar recompensas individuais dificilmente mensuráveis, como visibilidade para seu trabalho e ascensão profissional. Os entrevistados também almejam ganhos coletivos, como contribuir para a formação de seus alunos e orientandos. Além disso, os indivíduos envolvidos nesse tipo de atividade se baseiam em emoções e sentimentos, e não exclusivamente na razão.
Por fim, a relação entre custos e benefícios pode variar a cada experiência. Os acadêmicos podem considerar válido o esforço para a submissão de um artigo em periódicos internacionais ou um período de estudos no exterior apesar do grande custo emocional e financeiro e da pouca garantia de recompensas imediatas.
Conforme destacam os autores, a análise pode contribuir para as instituições de ensino superior compreenderem as limitações e as oportunidades de seu corpo docente nos processos de internacionalização.