A Oficina de Integração e Interpretação de Textos, que faz parte do currículo da graduação em Administração Pública da FGV EAESP desde 2020, contribui para a diversidade e a inclusão no ensino superior através da aprendizagem baseada na experiência. Em artigo publicado na revista “Cadernos de Gestão Pública e Cidadania”, os pesquisadores da FGV EAESP Carla Campana e Alexandre Abdal avaliam a disciplina de 60 horas, que faz parte da grade do primeiro semestre do curso e acolhe os novos estudantes.
Os autores são os ministrantes da disciplina e descrevem a experiência em sala de aula a partir de registros formais e informais, como bibliografia, registros das atividades didáticas e diários de aprendizagem dos estudantes, um dos recursos utilizados para a avaliação da aprendizagem. A Oficina visa a desenvolver habilidades e competências como autoconhecimento, diversidade, trabalho em equipe, comunicação não violenta e compreensão textual.
Durante a disciplina, os pesquisadores realizaram um censo com os estudantes para conhecer suas características e o impacto destas nas relações do grupo. Os resultados do levantamento foram objeto de reflexão coletiva sobre a diversidade cultural e socioeconômica da turma e resultaram em aprendizados como desenho e análise de questionários sobre a realidade brasileira.
O artigo explica a implementação da disciplina no contexto das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de graduação em Administração Pública instituídas no ano de 2014, que consolidaram o chamado Campo de Públicas, caracterizado pela interdisciplinaridade. Neste sentido, a Oficina incorporou leituras e discussão de textos de outras disciplinas e introduziu discussões pertinentes para o curso, como a problematização das desigualdades e a representação de minorias.
A Oficina também estimula a expressão criativa e crítica dos estudantes. Neste sentido, uma das atividades relatadas foi a formação de grupos para a facilitação de vivências com tema livre com o objetivo de incentivar a autonomia e o aprendizado na prática. “É preciso ouvir as e os estudantes e compartilhar com elas e eles o protagonismo do processo de ensino-aprendizagem”, aponta o artigo.