Há 20 anos, a atuação de redes e iniciativas para inclusão das mulheres no mercado de trabalho vem se intensificando no Brasil e no mundo. Mas as organizações ainda são espaços masculinos marcados pela disparidade de salários e presença de mulheres em menos de 5% das posições de liderança. A reflexão está em artigo publicado na revista “GV Executivo” pela pesquisadora da FGV EAESP Maria José Tonelli e por Adriana Carvalho, conselheira no Movimento Elas Lideram do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).
A pesquisa recupera a produção intelectual sobre o tema, desde a Declaração dos Direitos das Mulheres e Cidadãs, escrita por Olympe de Gouges em 1791, até a atual terceira onda feminista , que busca a emancipação das mulheres considerando recortes como classe, raça, etnia, cultura e idade.
Em seguida, o artigo apresenta políticas e práticas empresariais que garantam a inclusão da mulher no mercado de trabalho, como a premiação brasileira da iniciativa global Women’s Empowerment Principles (WEPs), que desde 2010 atua com mais de sete mil empresas de grande porte para incentivar o desenvolvimento profissional feminino. No Brasil, destacam-se também organizações como Geledés, com projetos em questões raciais e de gênero desde 1988, e a Rede Mulher Empreendedora, fundada em 2010, que fomenta o empreendedorismo feminino.
Inclusão da mulher no mercado de trabalho passa por questões de raça e idade
As autoras enumeram os desafios necessários para que as organizações alcancem o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5, que busca garantir a participação plena e efetiva das mulheres na tomada de decisão política, econômica e pública. Pesquisas e práticas organizacionais ainda devem enfrentar questões como a inserção de mulheres negras em cargos de liderança, a conciliação entre vida profissional e doméstica, a saúde mental das trabalhadoras e o envelhecimento das mulheres executivas, frisa o artigo.