Ambientes de negócios disruptivos e inovadores estimulam a ascensão de um estilo de liderança baseado nas ações coletivas, em detrimento de uma postura autoritária, controladora e de centralização dos processos. É o que aponta estudo de coautoria do professor da FGV EAESP Anderson de Souza Sant’Anna. Publicado na revista “Direito GV”, o trabalho analisa a relação entre liderança relacional e modernidade organizacional em escritórios de advocacia da cidade de Belém do Pará.
A liderança relacional, segundo os autores, é aquela que vai além das características pessoais do gestor, pois prevê atuação horizontal e sistêmica, no nível dos indivíduos, das organizações e da sociedade. Já a modernidade organizacional se refere a uma gestão atenta, criativa e eficaz diante de mudanças no mundo corporativo, tendo em vista o alto grau de complexidade dos ambientes de negócios atuais.
Cinquenta profissionais de sete dos principais escritórios de advocacia de Belém responderam ao questionário que buscava mensurar o grau de modernidade organizacional e estilo de liderança dos respondentes. Na análise dos resultados, os autores identificam correlação positiva e significativa entre liderança relacional e modernidade organizacional. Isto significa que há correspondência entre o trabalho coletivo e descentralizado das lideranças e modelos de negócios mais flexíveis e horizontais.
A modernidade cultural foi a dimensão de modernidade com maior pontuação registrada. Nesta dimensão, ganham destaque valores como iniciativa e a responsabilidade individual, os quais correspondem à autonomia e à competência técnica esperadas dos profissionais de advocacia, apontam os autores. A pesquisa pretende contribuir para a implementação de dinâmicas organizacionais nas dimensões política, cultural, administrativa e estímulo às lideranças inovadoras.