A aprendizagem pela descoberta e pela colaboração, com processos centrados no aluno, são alguns dos elementos que contribuem para um ensino remoto transformador. Além de explorar essas janelas de conhecimento, as instituições de ensino podem repensar o papel do professor e das tecnologias, segundo artigo com a participação da pesquisadora da FGV EAESP Fernanda Carreira publicado na “Revista de Administração de Empresas”.
A pesquisa é um estudo de caso sobre a disciplina Formação Integrada para a Sustentabilidade, da graduação em Administração da FGV EAESP, no período de fevereiro a junho de 2020. No mês de março, ocorreu a migração das atividades para o ensino remoto devido à pandemia de Covid-19. Portanto, a maioria das aulas ocorreu de forma virtual. Os autores realizaram grupos focais e entrevistas com estudantes matriculados, além da análise de formulários de avaliação da disciplina preenchidos pelos discentes.
O artigo ressalta que as ferramentas tecnológicas precisam estar a serviço da qualidade das interações para que, mesmo com a distância física, os estudantes se sintam parte de uma construção coletiva e mobilizem-se para os debates e práticas. O engajamento da turma no ensino remoto está relacionado a possibilidades como conversas com pessoas de fora, reuniões em grupos menores e acesso a cenas cotidianas do ambiente doméstico, experiência que propicia momentos de descontração. Neste sentido, o dispositivo tecnológico escolhido para as aulas é a parte menos relevante para a aprendizagem em ambiente virtual, frisam os pesquisadores.
Segundo os depoimentos dos estudantes, o professor deve estar disposto a ouvir e mobilizar afetos para a boa qualidade do ensino remoto. O tempo dedicado à aproximação pessoal entre estudantes e alunos contribuiu para o desenvolvimento de uma relação de confiança e respeito.