A economia circular é um modelo de negócios que busca diminuir os impactos ambientais gerados por sistemas de produção, como a poluição e a exploração de recursos naturais. Nas empresas, as capacidades dinâmicas podem ajudar a implementar esse novo modelo econômico e a melhorar o desempenho das companhias. A inovação de produtos e a gestão de processos e recursos com foco na sustentabilidade são as competências que mais colaboram para uma economia mais responsável.
É o que mostra estudo publicado pelo pesquisador da FGV EAESP Ely Laureano Paiva na “Revista de Administração de Empresas (RAE)”. Para investigar como as habilidades de ajuste das organizações podem contribuir para as práticas de economia circular, os autores analisaram 42 artigos científicos sobre o tema. Eles coletaram os estudos nas bases de dados Web of Science e Scopus em agosto de 2022.
Segundo o estudo, as capacidades dinâmicas são uma estratégia fundamentada em três pilares: a absorção de contribuições externas em processos internos; a aquisição e compartilhamento do conhecimento; e a inovação, que melhora as práticas de produção através da otimização de recursos. Essas medidas promovem a adaptação das companhias às mudanças no mercado. Permitem, assim, que elas ajustem seus recursos e processos para se manterem relevantes e competitivas no cenário corporativo.
Esses aspectos também trazem mais oportunidades de mercado e eficiência na produção. Consequentemente, as capacidades garantem mais vantagens competitivas às companhias.
Investimento em tecnologia pode contribuir para economia circular
Os pesquisadores também apontam a tecnologia como um fator que contribui para as práticas de circularidade. Para eles, a tecnologia da informação pode ajudar a desenvolver ambientes que se adaptem de forma mais dinâmica e eficiente às preocupações globais com o meio ambiente.
De acordo com o estudo, a maioria das pesquisas foram realizadas em países desenvolvidos em organizações do setor secundário. Também consideraram aspectos técnicos para as estratégias de economia circular, como tecnologia e estrutura. O papel das capacidades dinâmicas nas práticas circulares deve ser tema de futuras pesquisas. O artigo recomenda, ainda, investigações com foco no setor de serviços e nos países em desenvolvimento. Por fim, novos estudos devem investigar os fatores humanos para a implementação das estratégias, como foco em treinamentos, equipes e cultura empresarial, por exemplo.