O RendA+, título lançado pelo Tesouro Direto brasileiro em janeiro de 2023, é um plano complementar à Previdência Social voltado a pessoas físicas. Em artigo publicado como preprint e que será disponibilizado na revista “Retirement Management Journal”, os pesquisadores Alexandre Vitorino, da FGV EAESP, e Arun Muralidhar, da George Washington University (Estados Unidos), apontam o RendA+ como uma estratégia importante para cidadãos manterem seu padrão de vida durante a aposentadoria.
Os autores analisaram a proposta do RendA+ e verificaram seu desempenho na semana de implementação, de 30 de janeiro a 3 de fevereiro de 2023, apresentando perfil dos investidores. O RendA+ realiza pagamentos mensais por 20 anos, iniciados em data definida pelo investidor, e corrigidos pela inflação para garantir renda real. Os investimentos mínimos giram em torno de 30 reais.
RendA+: título de aposentadoria pode diversificar perfil de investidores
A iniciativa registrou, na primeira semana, 60 milhões de reais em vendas líquidas para 7675 pessoas físicas. O investimento médio foi de quase 8 mil reais por pessoa. A faixa etária de 40 a 59 anos é a mais interessada no RendA+, e representa 65% das compras pendentes. Mas a participação de investidores com menos de 29 anos merece destaque: o RendA+ 2065, voltado a jovens, concentrou 4% dos investidores e 10% do valor investido no período.
O RendA+ pode alcançar mais mulheres, contribuindo para diversificar o perfil dos investidores em renda complementar. Hoje, três em cada quatro dos investidores do Tesouro Direto, programa que negocia títulos da dívida pública diretamente com os cidadãos desde 2002, são homens.
O RendA+ corresponde à proposta de Vitorino e colaboradores apresentada em seminário realizado pelo Ministério da Economia em 2019. O modelo previa a emissão de títulos de baixo custo acessíveis aos indivíduos independentemente de seu grau de alfabetização financeira, observa o artigo. Pelo lado do cidadão, essa estratégia garante segurança dos planos de aposentadoria por contribuição definida. Para o Estado, é mais uma forma de financiar demandas de infraestrutura nacionais e garantir a prosperidade econômica.