Embora muitos executivos sejam resistentes à diminuição de atividades presenciais, os colaboradores demandam ambientes mais flexíveis e informais após a experiência com trabalho remoto durante a pandemia de covid-19. Este é um dos apontamentos de uma pesquisa realizada em empresas brasileiras através da parceria entre PageGroup e PwC e colaboração do professor da FGV EAESP Paul Ferreira.
O estudo baseia-se em consulta realizada entre 17 de janeiro e 4 de fevereiro de 2022 a 289 executivos e 633 colaboradores de diversos setores, como indústria, consultoria e finanças. Tanto executivos como colaboradores apontam o regime híbrido com um ou dois dias por semana no escritório como o melhor modelo para garantir engajamento das equipes e manutenção de ganhos de produtividade obtidos durante o trabalho remoto.
A pesquisa também aponta que mulheres e pessoas mais jovens, com predomínio da Geração Z, tendem a preferir modelos mais remotos de trabalho — 35% das mulheres relatam ser mais produtivas em home office, enquanto entre os homens este índice é de 27%. No entanto: “o fenômeno pode estar relacionado ao fato de as mulheres relatarem trabalhar mais horas do que os homens em regime de home office, ou seja, a produtividade delas pode estar sendo obtida às custas de excesso de trabalho”, destacam os autores.
A maioria dos participantes — 71% dos colaboradores e 78% dos executivos — diz que as organizações têm estrutura física para possibilitar o regime híbrido com ou sem adaptações. Cerca de oito em cada 10 mulheres entrevistadas acreditam que todas ou quase todas as tarefas podem ser realizadas em home office, frente a 59% dos homens.
Em contraste, a maioria dos respondentes — 75% dos executivos e 67% dos colaboradores — indicam que a quantidade de trabalho aumentou após um ano de home office. Portanto, os executivos devem estar atentos aos casos de esgotamento físico e mental dos colaboradores e auxiliá-los a separar a vida pessoal da profissional.