Apesar da impressão errônea de que as iniciativas de responsabilidade social podem ser custosas, um estudo recente que tem entre seus autores pesquisadores da FGV EAESP mostra que essa percepção não reflete a realidade.
Em um artigo publicado no periódico “Supply Chain Management”, os autores indicam que empresas com alta performance podem dar foco em iniciativas de responsabilidade social e alcançar resultados impressionantes. Segundo os dados da pesquisa, organizações que estão moralmente engajadas costumam ter os maiores níveis de iniciativas socialmente responsáveis em suas cadeias de abastecimento. Esses altos níveis alcançados por essas organizações sugerem uma influência na performance de diversas variáveis, como suas reputações e imagens externas.
Além disso, organizações que têm perfis “dispostos a cooperar” (willing-to-comply) ou com tendências “egoístas” (self-serving) demonstraram diferentes níveis de implementação das iniciativas de responsabilidade social, mas também níveis significantemente diferentes de relação destas ações com a relação com stakeholders externos e com reputação e imagem da corporação.
Responsabilidade social nas cadeias de abastecimento gera impacto positivo para empresas
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores se basearam em pesquisas realizadas em 262 fábricas localizadas em 15 países, comparando as iniciativas socialmente responsáveis em nível nacional (comparando entre os países) e realizando regressões múltiplas para identificar as associações entre desempenho, manufatura e iniciativas socialmente responsáveis.
A partir destas análises, os pesquisadores sugerem que as organizações devem estabelecer um limiar para as iniciativas socialmente responsáveis em suas cadeias de abastecimento se quiserem gerar impactos positivos em variáveis como reputação, imagem e relacionamento com stakeholders externos. “Os resultados sugerem que essas organizações precisam alcançar um desempenho de qualidade internacional para acumular os benefícios das iniciativas socialmente responsáveis”, concluem os autores.