Um dos primeiros passos para conseguir resolver o problema é conseguir reconhecer a extensão desse problema. Pensando nisso, um artigo publicado no Journal of Cleaner Production propõe o uso de plataformas digitais baseadas em tecnologia blockchain como uma forma de trazer mais eficiência no processo de contabilização dos gases de efeito estufa que são emitidos pelas empresas no Brasil.
Hoje em dia, os inventários de gases emitidos pelas empresas são contabilizados com base em análises dos relatórios produzidos pelas empresas, um trabalho muito artesanal e com baixo nível de automação.
O estudo, que tem entre seus autores pesquisadores da FGV EAESP, mostrou que um artefato digital baseado em blockchain seria capaz de tornar esse processo mais eficiente e preciso, aumentando a possibilidade de ampliar este tipo de contabilidade dos gases emitidos, de forma a incentivar que as empresas tenham um melhor controle dos seus impactos ambientais.
“Apresentamos e discutimos a eficiência de um modelo de plataforma baseada em blockchain que pode ser adotada tanto por empresas que queiram produzir inventários das suas emissões de gases de efeito estufa quanto por organizações que queiram contabilizar o conjunto destes inventários, de maneira a mapear o total de emissões produzidas por diversas empresas no país”, sintetiza Eduardo Diniz, pesquisador da FGV EAESP e um dos autores do estudo.
A proposta dos pesquisadores, elaborada com base na abordagem Design Science Research (DSR), concebe um artefato tecnológico que visa solucionar um problema específico – no caso, auxiliar na contabilidade dos inventários de gases de efeito estufa que são emitidos na atmosfera e complicam a já trágica crise climática do planeta.
No artigo, a efetividade do artefato conceitual produzido pelos pesquisadores é avaliada com base em opiniões de especialistas e empresas da área, recebendo sugestões de melhoria e indicações para implantação.
Confira o artigo na íntegra no Journal of Cleaner Production.