Monitorar, rastrear e acompanhar minuciosamente dados sobre afetados pela Covid-19 durante a pandemia pode até ter parecido algo que não combinava com os princípios de privacidade que vinham sendo discutidos desde a criação da Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD.
No entanto, um caso de ensino publicado por pesquisadores da FGV EAESP no principal repositório de caso de ensino em TI do mundo, o Journal of Information Technology Teaching Cases (JITTC) mostra que é possível equilibrar os requerimentos de privacidade da LGPD com as características técnicas das redes blockchain para criar um modelo de rastreamento compatível com os novos tempos.
Blockchain é uma tecnologia emergente que tem sido utilizada para aplicações que requerem transparência dos dados, capacidade de auditá-los, além de possuir segurança e confiança em redes com múltiplos atores.
Dessa forma, apoiando-se em características técnicas das redes blockchain (como transparência, auditabilidade e imutabilidade dos dados), o trabalho analisa a construção de um aplicativo de rastreamento de contatos (contact tracing) denominado Desviralize, idealizado e implantado com tecnologia blockchain pela empresa parceira Blockforce.
O app inova na forma de lidar, ao mesmo tempo, com identificação e privacidade dos indivíduos, permitindo a criação de alertas georeferenciados via dispositivos móveis em caso de infecção por Covid-19 na vizinhança próxima.
“Privacidade não tem sido um atributo comumente associado a esta tecnologia, e este trabalho apresenta um modelo de negócio e um artefato tecnológico que articula todos estes atributos, em conformidades com as principais exigências legais para proteção e privacidade de dados”, celebra Adrian Cernev (FGV EAESP), um dos autores do artigo.
Confira o caso de ensino na íntegra no Journal of Information Technology Teaching Cases (JITTC).