Na esteira de outros estudos anteriores que analisaram a interdependência das decisões financeiras, autores de uma pesquisa recente também encontraram evidências de que as restrições financeiras causam um grande impacto nas decisões das empresas, como focar em investimentos, financiamentos, dividendos ou retenção de caixa. .
De acordo com o artigo, publicado na RAUSP Management Journal, as restrições financeiras se manifestam em praticamente todas as empresas, o que indica que estas restrições são de grau e não de tipo.
“Ao contrário de estudos anteriores, explicamos o impacto direto que as variáveis endógenas podem ter umas sobre as outras”, detalha Paulo Renato Terra, pesquisador da FGV EAESP e um dos autores do estudo.
Além disso, a pesquisa também explora o impacto do ambiente jurídico específico de cada país na capacidade de colateral dos ativos no nível da empresa.
Os resultados apresentados no artigo são consistentes com a hipótese de que as restrições financeiras distorcem as políticas financeiras das empresas. Para que seja possível formular políticas que reduzam tais distorções, os autores enfatizam o papel da disponibilidade de recursos internos e da fração recuperável de ativos no alívio de tais restrições, o que permite um maior investimento por parte das empresas.
Entre as conclusões da pesquisa, que especifica e estima um sistema de equações simultâneas com dados em painel e efeitos fixos da empresa por mínimos quadrados de três estágios em uma amostra de 8.791 empresas de 62 países entre 1996 e 2010, está a sugestão de que as autoridades devam promover políticas públicas que reduzam a dependência do investimento corporativo dos fluxos de caixa gerados internamente.