Instituições educacionais em que a participação dos pais dos alunos é obrigatória criam mais valor no uso do que escolas em que a participação dos pais é opcional. No contexto dos serviços educacionais para adolescentes vulneráveis, o valor do uso ecoa na convivência das famílias, no maior cuidado com os alunos e no incentivo às crenças positivas dos adolescentes sobre a educação e as relações de respeito com os outros. Os resultados são de estudo realizado por pesquisadores da FGV EAESP publicados no periódico científico “Journal of Services Marketing”.
Como implicação, o trabalho aponta que “iniciativas voltadas para o enfrentamento da questão social de crianças ou adolescentes em situação de vulnerabilidade terão melhores resultados se suas famílias forem contempladas e envolvidas”.
O estudo teve como objetivo investigar se e em que medida diferentes formas de relações simbióticas denominadas mutualismo (no caso, com participação obrigatória dos pais) e colaboração (com participação opcional) dentro de serviços educacionais prestados em bairros carentes para adolescentes potencialmente vulneráveis levam a diferentes níveis de valor em uso para seus integradores de recursos (ou seja, os alunos e/ou seus pais).
A pesquisa foi realizada em duas fases. A primeira fase incluiu um estudo qualitativo que envolveu os integradores de recursos focais (os alunos) e periféricos (os pais dos alunos) de uma instituição de ensino brasileira que teve resultados excepcionais. Os resultados qualitativos foram usados para construir uma pesquisa comparativa de vários grupos, nos quais participaram 530 pais ou familiares.
De acordo com os autores, este estudo é o primeiro a testar empiricamente a estrutura do centro de uso de Kleinaltenkamp et al. (2017). E, dessa forma, avança no entendimento de como a interdependência dos atores nos processos de uso leva à criação de valor para as populações vulneráveis.
Confira o estudo: